Na manhã de domingo aqueles que assistiram ao amistoso de Brasil x Escócia, presenciaram um ato de racismo, no qual um torcedor jogou uma banana no jogador brasileiro, Neymar. Com certeza esse torcedor não visava ajudar na nutrição do atleta, só porque a banana é rica em vitamina A: ele visava ferir a integridade física e moral do atleta, por meio de um ato imbecil, pois é essa a unica palavra que pode ser usado para descrever um caso de racismo.
Jogadores como o camaronês Samuel Eto'o, Grafite, Tinga, entre outros já estiveram no lugar do Neymar, já sentiram na pele, o que é ser discriminado pela sua etnia. O camaronês foi em 2004, alvo de insultos racistas na partida entre Barcelona e Getafe, válida pelo Campeonato Espanhol. Cerca de 50 torcedores do Getafe imitaram macacos cada vez que o jogador tocava na bola. Na Libertadores de 2005, o atacante Grafite foi expulso no jogo entre São Paulo e Quilmes (ARG) após empurrar o rosto do zagueiro Desábato. Ao deixar o campo, Grafite explicou o motivo de sua atitude afirmando que foi ofendido pelo argentino, que o chamou também de macaco. Revoltado com a atitude do adversário, o atacante são-paulino prestou queixa. Désabato acabou detido após o jogo e só foi liberado no dia seguinte.
Também em 2005, foi a vez do volante Tinga, que defendia o Internacional, ouvir ofensas racistas. Porém, os gritos de "macaco" não vieram de um jogador adversário, mas sim da torcida do Juventude, em um duelo no Alfredo Jaconi pelo Brasileirão. Ao contrário do Grafite, Tinga não levou o caso para a polícia e preferiu deixar na mão do árbitro o relato do ocorrido na súmula da partida.
O futebol sempre foi visto como um esporte de união, um esporte da paz, mas os atos de racismo e também de violência nos campos de futebol, vem marginalizando esse esporte, o que acaba por tirar todo o brilho do espetáculo, e se medidas não forem tomadas, se os racistas não forem presos, será uma derrota da paz, e um triunfo da violência e da discriminação. Será lamentável ver que o o brilhou do futebol se apagará, assim como o brilho de uma estrela, e que todo um legado pode ser manchado graças a "ações obscuras".